
Eles estão em toda parte, impulsionam algoritmos, inteligência artificial, gráficos e decisões. Mas… o que são dados, exatamente? Spoiler: não é só planilha.
Você já ouviu que os dados são o “novo petróleo”. Ou que “hoje tudo é guiado por dados”. Mas ninguém para pra explicar, com calma, o que “dados” realmente são. Será que são números em colunas? Informações em servidores? Coisas que moram no Excel e assustam quem trabalha com texto?
Sim. E não. E mais do que isso.
Imagine dados como pistas (ou caixas)
Pense no seguinte cenário: você está tentando entender como gatos escolhem suas caixas preferidas. Você começa a observar:
- o tamanho da caixa,
- se ela está na sombra ou no sol,
- se tem cheiro de outro gato,
- a hora do dia,
- e se o gato está ou não no modo zoomies.
Cada uma dessas observações é um dado. Sozinhos, eles são apenas registros soltos. Mas quando você começa a organizar e perceber padrões — como “gatos preferem caixas na sombra depois das 15h” —, eles se transformam em informação.
Dado é o registro cru.
Informação é o que você extrai ao dar contexto, identificar relações ou atribuir significado ao que foi registrado.
Em outras palavras: dados são os ingredientes. Informação é a receita pronta (ou pelo menos o cheiro saindo do forno). E isso muda tudo.
O que são dados?
Em termos simples, dados são pedaços da realidade registrados de alguma forma. Eles podem ser números, palavras, cliques, imagens, sons, lugares, horários, respostas ou até silêncios.
“Usuário entrou no site às 14h23.”
Isso é um dado. Simples, cru, objetivo. Mas ainda não responde a nenhuma pergunta.
O que dados não são?
- Não são verdades absolutas.
- Não são sabedoria.
- E definitivamente não são decisões.
Eles só se tornam úteis quando alguém organiza, interpreta e dá contexto.
Uma planilha com 10 mil registros sobre hábitos de gatos continua sendo só uma planilha — até que alguém perceba que eles ignoram caixas retangulares e preferem as quadradas com papel amassado dentro.
Tipos de dados (sem trauma)
Existem diferentes tipos de dados. E, sim, todos eles podem ser analisados — com cuidado.
- Quantitativos: números, contagens, medidas.
Ex: 5 saltos por dia, 3 minutos de miado contínuo. - Qualitativos: categorias, opiniões, sentimentos.
Ex: “gato irritado”, “caixa aconchegante”, “ronronando feliz”. - Estruturados: tabelas, formulários, campos preenchidos.
Ex: Nome, idade, peso do gato. - Não estruturados: fotos, vídeos, áudios, textos livres.
Ex: A selfie do gato com legenda “rei absoluto da caixa”.
Como os dados viram decisões?
Eles passam por uma jornada que, às vezes, é mais caótica do que parece organizada:
-
Coleta: o dado é registrado (com ou sem o seu consentimento, infelizmente);
-
Organização: os dados são classificados, limpos, colocados em ordem;
-
Análise: alguém — ou algo — começa a observar padrões, relações, tendências;
-
Interpretação: é aqui que os dados se transformam em informação — quando se dá significado ao que foi observado;
-
Decisão: com base nessa informação (ou, às vezes, na interpretação que parece mais conveniente), alguém, ou algum sistema, escolhe um caminho.
Importante: decisões não se baseiam em dados sozinhos. Elas se baseiam em informações extraídas de dados — e isso inclui escolhas, contexto e, sim, também viés humano.
É aí que entram os algoritmos, a inteligência artificial, os dashboards, os relatórios — e os vídeos que aparecem magicamente na sua tela.
Por que isso importa?
Porque sem entender o que são dados, é fácil:
- acreditar que “os dados dizem tudo” (spoiler: não dizem);
- cair em interpretações tendenciosas;
- se impressionar com gráficos bonitos que não explicam nada;
- ou achar que só quem usa planilha pode discutir decisões baseadas em dados.
Saber o que são dados não te transforma em cientista, mas te dá mais autonomia — inclusive pra dizer “não sei” com mais consciência.
Em resumo
Dados são registros da realidade.
Informação é o que você extrai ao observar padrões nos dados.
Sabedoria é saber que, mesmo com muitos dados, ainda é possível entender tudo errado.