Três gatos observando uma figura humanoide brilhante (representando o algoritmo), com servidores ao fundo. Simboliza a influência misteriosa dos algoritmos na tecnologia.

Você já ouviu a frase “o algoritmo não entregou” como quem culpa o horóscopo por um dia ruim?

Nos últimos anos, “o algoritmo” virou uma espécie de divindade digital: misteriosa, incontrolável, e um pouco vingativa. Ele decide o que aparece na sua timeline, qual vídeo vai bombar, qual música você vai ouvir e, às vezes, até com quem você vai sair.

Mas… o que é um algoritmo, exatamente?

Vamos começar do começo 

Um algoritmo nada mais é do que uma sequência de passos para resolver um problema ou executar uma tarefa.

É tipo uma receita de bolo:

  1. Pegue os ingredientes.
  2. Misture.
  3. Coloque no forno.
  4. Espere.
  5. Finja que ficou ótimo, mesmo que tenha solado.

Essa sequência lógica de ações é um algoritmo. A diferença é que, na computação, os ingredientes são dados, e o bolo é o que você quer que o computador faça: calcular, classificar, recomendar, prever.

Mas por que parece tão místico quando falam dele?

Porque os algoritmos que mandam nas redes sociais e nos apps não são tão simples como uma receita de bolo. Eles envolvem milhares (ou milhões) de variáveis, rodam em tempo real, aprendem com o seu comportamento e mudam o tempo todo.

Além disso, ninguém fora da empresa sabe exatamente como eles funcionam. E isso cria o terreno perfeito para especulações, mitos, e frases como:

  • “Acho que o algoritmo tá me punindo porque fiquei muito tempo sem postar.”
  • “O algoritmo gosta de vídeos mais curtos.”
  • “Reza a lenda que, se você responder rápido, o algoritmo entende que é amor.”

Spoiler: às vezes, essas teorias têm um fundinho de verdade. Outras vezes, são só isso mesmo: teorias.

Então, o algoritmo é o vilão da história?

Não necessariamente.

O algoritmo não tem vontade própria. Ele só segue as regras que alguém escreveu (ou que uma IA aprendeu com base em dados).

O problema é o que a gente pede pra ele fazer.

Se o objetivo é fazer com que você passe mais tempo no app, o algoritmo vai entregar o que prende sua atenção, não necessariamente o que é bom para sua saúde mental ou para sua visão de mundo.

Ou seja: o algoritmo não é maligno por si só. Mas pode gerar efeitos negativos, dependendo das instruções e dos dados que o alimentam.

Beleza, e onde mais tem algoritmo?

Em todo lugar.

  • O Waze usa algoritmos para calcular rotas.
  • O Tinder usa para sugerir matches.
  • O Netflix usa para recomendar séries (e, convenhamos, às vezes ele acerta).
  • Os bancos usam para decidir se aprovam um cartão de crédito.
  • Até as eleições podem ser influenciadas por algoritmos que organizam o que você vê online.

A vida contemporânea é, em boa parte, organizada por decisões algorítmicas. O problema é que muita gente nem percebe.

Tá. E o que eu faço com essa informação?

Vale a pena desenvolver um pouco de consciência algorítmica. Entender que o que aparece pra você na internet não é neutro. É filtrado, calculado, priorizado.

Você pode:

  • Escolher seguir perfis diferentes do que o algoritmo te empurra;
  • Pausar antes de compartilhar uma notícia só porque ela apareceu;
  • Testar novos apps que tenham outras propostas (inclusive mais éticas);
  • Ou, pelo menos, parar de culpar o “algoritmo” como se fosse um horóscopo do caos.

Em resumo:

  • Algoritmo é só um conjunto de regras.
  • O misticismo em torno dele vem do fato de que a maioria das pessoas não sabe como ele funciona — e quem sabe, não conta.
  • Entender isso é o primeiro passo pra deixar de ser refém e virar protagonista da própria timeline.

 

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